Uma vez Sabbath sempre Sabbath. (?)

João Carlos Martins

Olá olá!

Hoje em mais um Toca na Redação! Teremos a ilustre presença de um dos criadores do Heavy Metal, quando dito criadores não há exagero, pois desde os primeiros barulhos de chuva tidos em 1970 o peso insistiu até os derradeiros sons de chuva em 2013. Caso ainda não tenha ficado muito claro quem é que encabeçará essa conversa, aqui vai uma dica: O disco de hoje é um número de dois algarismos...

Ah! Agora ficou fácil né? Pois é, 13 do Black Sabbath inspirará o papo.





Não é novidade para ninguém que Black Sabbath é uma das bandas mais influentes na história do Rock 'n' Roll, desde seu debut, o homônimo Black Sabbath as atenções já eram voltadas ao quarteto de Birmingham devido a grande técnica de seus integrantes. Possivelmente dispensa-se as apresentações, contudo em caráter de ritual aqui vai:

Ozzy Osbourne (Vocal), Tony Iommi (Guitarra), Geezer Butler (Baixo) e Brad Wilk (Bateria).

O álbum de 2013, misticamente intitulado 13, foi um enorme boom no mundo da música, afinal um hiato de mais de QUINZE ANOS é tempo demais para uma banda desse porte e também porque contaria com a volta do principe das trevas aos vocais. Embora Bill Ward não tenha participado, a volta teve um que de formação original outra vez.




Para exemplificar um pouco o que a banda significa deixe que eu esqueça um pouco a terceira pessoa e fale o que representam para mim; Black Sabbath me ensinou o que é Rock! Para não me contradizer retomo à aba expediente e a um post, que pode ver clicando aqui, cujo o qual eu digo que minha banda de cabeceira é The Who, e é mesmo, entretanto o gênero no qual o Who se enquadra está longe de ser o que eu mais gosto, eles são um caso isolado, por sinal muito bons, já o Sabbath é simplesmente o pai do estilo musical que me permite caminhar entre os entendedores e ser até considerado um entendido, que é o Stoner. 

Eles com um único álbum (Master of reality) criaram um legado, que poderia ter nascido de uma única faixa! Apenas três delas vou citar, mas você pode ler sobre ele na integra se clicar aqui. Lord this World foi a primeira que ouvi e já bastou para que eu enxergasse muito do que fizeram, em seguida a aterrorizante Into the Void, que tem covers a dar com pau por bandas de Stoner e a mais influente para mim que é Children of the Grave, quem sabe o fruto entre as duas antes mencionadas. Portanto só tenho a agradece-los, porém não é porque são bons que só fazem maravilhas, no sentido mais puro da palavra, o que estou prestes argumentar agora não é nada que já não tenha sido dito e que infelizmente em algumas partes sou obrigado a concordar.

O último disco empolgou muito mais por ser de quem é, do que própriamente dito pelo que fez. Antes de seu lançamento singles como End of the beginning e God is Dead? circulavam as redes sociais, com espectativas muito positivas, porque pense: Black Sabbath irá lançar novo álbum; Já têm dois singles empolgantes; Ozzy está de volta; Iommi recuperado de um câncer. Tudo propenso a ser devastador, mas quem já ouviu Black Sabbath, Paranoid, Master of reality, Sabbath bloody Sabbath e até estendendo um pouco mais a explanação, os que já não tinham mais os originais como o excelente em todos os aspectos Heaven and Hell, Born Again, Headless Cross et cetera não se contentam com algo apenas bom, precisa ser do mesmo nível ou melhor.

O álbum é bem legal, apesar da cara muito mais Osbourne que Sabbath, foi legal. Mas ficou aquele gostinho de quero mais.
Além de End of the beginning e God is Dead?, Loner também é bem interessante, tem um riff meio pop, um "Oh right now!" e tudo mais... legal. Zeitgeist que poderia pelo nome que tem ser muito melhor, embora retome a muito já feito por eles em termos de baladinhas, tem uma semelhança indiscutível com Planet Caravan, escute-as e compare. 


Age of Reason já vem com uma coisa mais compassada, usa a formula do Rock e sem contar que Geezer e Iommi são inexplicáveis, esses não deixam seja quem for se quer pensar em falar alguma besteira, não há muitas palavras que os definam, os graves rosnadores de seu baixo gordo e pesado e os riffs malévolos da guitarra sempre agressiva mantém a característica maligna que desde os 70's foi apresentada ao mundo. 

Com certeza o 13 não foi o melhor desempenho do Sabbath, não porque foi mal produzido ou qualquer coisa que o valha, mas porque esperava-se muito. 

Live Forever, tirando a primeira do disco, é a mais sabbathiana, contudo que não foge muito das que foram feitas anteriormente no mesmo álbum, parece que foi usado o mesmo timbre e que só mudaram, um pouco a métrica. O refrão é bem massa, cheio daquele estilo soturno, cheio de trítonos e cheio de tudo mais. Damage Soul... como uma vez disseram, "[...] gostaria que o 13 tivesse uma cara mais de Sabbath e menos de Ozzy." e até mesmo "[...] esse novo do Sabbath parece muito com Ozzy!". Criticas mentais sem dúvidas surgiram desses comentários, muito mais por ser inadmissível que falem mal deles, mas línguas parcialmente queimadas, infelizmente o último trabalho deles podia ter sido muito melhor... Manteve a maldade, a qualidade é incontestável dos instrumentistas, ressalva particular e com certeza também generalizada para Geezer Butler e Tony Iommi que nunca decepcionaram, Brad Wilk nada deixou a desejar, teve pegada, em nenhum momento foi o ponto fraco do compilado, colaborou e bastante. Ozzy canta como ninguém, porque ninguém é tão sem fôlego quanto ele (haha). Brincadeiras de lado, evidentemente, e nem se esperava algo muito maior dele, desempenhou o que podia. Aquelas notas altíssimas que alcançava ficaram trancadas, para ouvi-las outra vez só dando um play no Sabotage. Outro ponto a se ressaltar é que parecem ter se tornado muito mais questionadores do que apenas tementes ao demônio. Falam muito mais de temas religiosos como a presença ou não de um Deus e isso é bacana. Evidentemente não é o que faz melhor ou pior, só muda, e mudanças sempre são... mudanças. O que há de se tirar o chapéu é para Dear Father, que encerrou o álbum com a mesma chuva que inicia a primeira faixa de seu debut e que são bem similares. Não só pela chuva que cai obviamente, mas naquele momento em que ela tem seu clímax é idêntica a explosão pós-trítonos da Black Sabbath, até mesmo as variações no baixo ao término de cada passagem são semelhantes. Isso tem sem dúvida um valor extraordinário, pois de certa forma demonstra que eles, possivelmente, encerraram as atividades da mesma forma que começaram, muito mais ricos e famosos hoje é claro, com o espírito de Black Sabbath!




Quatro outras canções completam como bônus, sendo Naivete in Black um dos nomes de uma delas, que automaticamente é associada a velha N.I.B. lançada no primeiro disco e que de similar só tem as siglas.
Reclamações de lado, vale a pena escutar, afinal é Black Sabbath e logo estarão tocando em solo tupiniquim. Em nossa redação, Rock é o que não falta!


Observações:


  •  Inicialmente a intenção era voltar com a banda original mesmo, porém devido a demasiadas brigas egoístas, não rolou;
  •  Ginger Baker fora cogitado como substituto, mas nada além de especulações; 
  • Brad Wilk não era a primeira opção para estúdio, Ozzy na verdade queria o baterista de sua banda solo Tommy Clufetos, cujo o qual é quem está em turnê com os caras, embora... deixa para lá. Só digo, gracias Brad!
  • Coincidência ou não os nomes Brad Wilk e Bill Ward têm equipolencias tanto em suas iniciais quanto em tamanho. Simples destino? Como saber? Quem sabe o velho N.I.B. não volte num próximo trabalho?

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