Uma viagem ao passado: O que o Brasil fez na década de 70?

Por João C. Martins

Definitivamente, para os fãs do Rock e do Roll, os anos 70 foram mais do que uma quebra com os bunda-moles fazedores de rockinhos, muito mais do que início do Heavy Metal, muito mais do que a fase mais progressiva do Rock, muito mais do que um mero início do que jamais viria a ser comparado com qualquer outra coisa. Os anos 70 foram, simplesmente, uma passagem para outra dimensão num neuro espaço catastrófico, a qual jamais, o mundo voltará a ver. Não estávamos, não estamos e sabe-se lá quando estaremos prontos para entender toda a criatividade dos caras. Por todos os sete mares que viessem a ser percorridos, encontraríamos bandas de absurdo nível técnico e raríssima felicidade na composição de arranjos, acordes, solos e letras. Note como é fácil citar incríveis bandas dessa década sem fazer muito esforço: Black Sabbath, Led Zeppelin, Grand Funk Railroad, Yes, Mountain, Lynyrd Skynyrd e muitas outras. Claramente, algumas dessas brotaram antes, no entanto a fase mais importante se deu mesmo na nossa década favorita. 

Mas, e o Brasil? Será que já estava preocupado apenas com sertanejo universitário, pagode e funk? Óbvio que não, caro leitor! Se isso, por algum acaso, passou pela sua cabeça, esqueça, delete, pense em um vale verde cheio de flores astrais para que isso não mais ocorra. É evidente que sempre nos foi enfiado goela abaixo os sons da gringa e, quer saber, nenhum problema eu vejo nisso, desde que sejam bons, aceito de bom grado. Apesar disso, essa afirmação não quer dizer que nossos conterrâneos estavam dormindo nesse tempo todo, muito pelo contrário, eles estavam fazendo um som tão grandioso que deixou absolutamente nada a desejar para os figurões lá de fora. É por isso que dediquei uns minutos de minha tarde para listar 11 bandas que são essenciais, para que conheçamos melhor o que houve no nosso país nessa época, tão cheia de música boa. Se liga na lista:


Terreno Baldio - Terreno Baldio (1975)



Módulo 1000 - Não fale com paredes (1970)



A Bolha - Um passo a frente (1973)



Bixo da Seda - Estação elétrica (1976)



O Terço - Criaturas da Noite (1975)



Casa das Máquinas - Lar de Maravilhas (1976)



Som Imaginário - Som Imaginário (1970)



O Perfume Azul do Sol - Nascimento (1974)



Relembrando o Vale das Maçãs - As crianças da nova floresta (1977)



Persona - Som (1975)



O Som Nosso de Cada Dia - Snegs (1974)


Só Clássico! Um tão bom quanto o outro, sem sombra de dúvida. Acho que sou mais feliz vivendo na época de hoje e sendo saudosista, do que se tivesse vivido lá e não pudesse ter conhecido tudo o que conheço agora. Claro que ainda falta muito para me tornar um expert no assunto, mas vontade tenho de sobra.

Lastimavelmente algumas dessas bandas lançaram apenas dois discos e olhe lá, fazendo com ficássemos com aquele gostinho de quero mais. Cabe também ressaltar que listei somente onze dos grupos e das gravações que considero importantes, mas não se engane se pensa que o conteúdo para por aí. Em breve publicarei resenhas sobre esses discos e de muitos outros que ainda vão dar o que falar. Enquanto isso não acontece, vamos nos deixar levar por essa viagem setentista! 

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