Fused: a reunião poderosa de Tony Iommi e Glenn Hughes



No final de 2004, Tony Iommi – verdadeira  e única – alma do Black Sabbath, começou a trabalhar em seu novo projeto solo, um álbum carregado de riffs marcantes, que inicialmente contaria com Jorn Lande (Jorn, Masterplan) à frente dos vocais. No entanto, ao saber que Glenn Hughes estaria “à disposição”, Iommi não pensou duas vezes em convidar o músico para sua nova empreitada. O resultado pode ser conferido em Fused, álbum com 10 faixas carregadaças de um som que apenas os mais habilidosos sabem fazer.
Vale lembrar (se é que dá pra esquecer), que essa não foi a primeira vez que a dupla trabalhou junta. Hughes e Iommi já dividiram a cena no polêmico (e amado) Seventh Star (1986), disco que inicialmente seria um projeto solo do guitarrista, mas que por pressão da gravadora se tornou o 12º trabalho do Sabbath. Além disso, não podemos esquecer de citar o bootleg “Eight Star”, que em 2004 foi lançado como o EP “The 1996 DEP Sessions” e que conta com 8 faixas gravadas pelo duo sem muitas pretensões.
Mas detalhes à parte, vamos falar no que interessa no presente momento, ou seja, vamos falar de Fused. Não vou tecer elogios exagerados como muito se viu nas resenhas à época do lançamento do álbum. É claro que se trata de dois dos músicos de maior importância dentro do Heavy Metal e seria mais do que natural que desta reunião resultasse um disco poderoso. E este é o melhor adjetivo que se enquadra neste projeto. Junto a Hughes e Iommi se uniram o batera Kenny Aronoff (Rolling Stones, Alice Cooper) e o produtor Bob Marlette, que também assumiu o baixo e os teclados.
O álbum abre os trabalhos com a vigorosa Dopamine que traz boas viradas na batera e riffs pessados, seguida de Wasted Again que arregaça mais uma vez na guitarra. Nessa hora você já começa a ter uma noção da qualidade e peso do disco, que se mostra harmonioso do início ao fim. As faixas Grace, What You´re Living For, e Face Your Fear merecem destaque não apenas pelo instrumental arregaçador, como pelos vocais limpos e acentuados de Glenn Hughes.
Os riffs e a batera sabbáthica da faixa The Spell, que de início (e apenas de início) nos dá a impressão de que se trata de um Black Sabbath das antigas e a porrada sublime de quase dez minutos I Go Insane, com um belíssimo solo daqueles  que são capazes de arrepiar os pelinhos do braço, finalizam belamente a bem sucedida empreitada.
Fica aqui a conclusão de que Fused é um registro de audição necessária à turminha que admira o trabalho destas duas lendas vivas da (boa) música e uma excelente oportunidade de abrir a mente dos tios chatonildos que acham que Tony Iommi só presta tocando com Ozzy Osbourne.
1 – “Dopamine”
2 – “Wasted Again”
3 – “Saviour Of The Real”
4 – “Resolution Song”
5 – “Grace”
6 – “Deep Inside A Shell”
7 – “What You’re Living For”
8 – “Face Your Fear”
9 – “The Spell”
10 – “I Go Insane”

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