Opinião que não muda com o tempo: These Days, 20 anos depois



Parece que foi ontem que o Bon Jovi lançou  These Days, o sexto trabalho de estúdio da banda, e no entanto 20 anos já se passaram! Incrível como o tempo voa!
These Days é um dos melhores trabalhos da banda. Rendeu o épico show no estádio de Wembley, Londres, e  algumas versões limitadas e exclusivas do cd  que foram lançadas na Europa e Japão. E por aqui a versão conhecida como “Capa Azul” lançada no ano seguinte trazia um bônus com várias raridades da banda e versões demo. 
Ele é considerado por muitos como o álbum mais “obscuro” dos caras por se tratar de temas pesados, cheios de tristeza e amargura. Talvez seja  por isso que a banda evita tocar suas músicas nos shows. Muitos não entendem de onde veio tanta inspiração para a deprê, afinal , sir Jon Bon Jovi passava por uma das melhores fases de sua carreira ainda colhendo frutos pelo sucesso da coletânea Crossroads de 1994, que tinha como carro chefe a melosa Always.
 A sensação que fica é que depois dele os caras não tiveram criatividade, ou talento como queira chamar, pra fazer algo com a mesma intensidade, maturidade. Jon  parecia mais preocupado com sua carreira ~ de ator ~ e a banda chegou a dar uma parada voltando 5 anos depois com o insosso Crush ( não, não é o refrigerante dos anos 80). 
O cd começa com Hey God, uma das mais pesadas do álbum, que  conta a “desgraça” de vários personagens clamando por uma ajuda espiritual. O que gosto dessa música além dos riffs do Richie Sambora é que Jon Bon Jovi canta com uma certa gana ao invés de ficar fazendo voz de cantor sertanejo como em Lie To Me, por exemplo.
Something for the Pain é a próxima. Gosto da letra, do riff inicial, do solinho e  da batida. Apesar de parecer uma canção simples foi a que deu mais trabalho para ser finalizada, segundo o próprio Jon em entrevista à Metal Head de 1995: “A canção mais difícil do cd. Nós a reescrevemos dez vezes! John Kalodner (da Columbia Records) nos disse para reescrevê-la. Ele disse:  “Coloque um Rickenbacker de doze cordas nesta música”. E então  nós finalmente a terminamos depois de seis meses de trabalho! Eu vim com um novo título, novas letras, regravei os vocais. Ela se chamaria “I’ve been lovin’you too to turn back now” e Kalodner disse: “eu não gostei”. Foi sua persistência que fez a música melhorar”. 
This Ain´t a Love Song é a única balada da banda que eu realmente acho que valha a pena ser ouvida até o fim, e nem é pela letra – melosa, como toda a balada do Bon Jovi deve ser – é mais pela belíssima guitarra e o baixo melódico. Solinho de guita curto, mas muito bonito.
These Days, que leva o nome do álbum é digamos assim, bonitinha. É a mais meiguinha do cd. Jon a descreveu como a mais divertida: “These Days traz de volta aquelas características, do tipo que Van Morrison ou Bob Dylan ou Bruce Springsteen usaria, aquelas que nós usamos em “Livin’ on a prayer”.
Eu gosto demais de Dammed, a 5ª faixa. Ela é bastante musical, o instrumental sem dúvida tem grande destaque, e foi a mais esperada pelos caras pra ser tocada ao vivo, uma das poucas do cd que permanece no set list da banda.
Nunca vou me esquecer de quando ouvi Hearts Breaking Even pela 1ª vez. Me soava tão Aerosmith! E realmente, até hoje toda vez que escuto fico imaginando como ela ficaria legal na voz do Steven Tyler.
Diamond Ring é a canção mais “Strip” de These Days. Como em quase todos os álbuns do Bon Jovi sempre tem aquela musiquinha mais instigante né? Belíssimo instrumental, pra se ouvir de olhos fechados. E por último All I Want Is Everything. Eu adoro a pegada dessa música ! Acho muito cheia de atitude, tem um senhor solo aos 3:11 e me identifico com sua letra. “Ninguém quer mais ouvir coisas do tipo “Você não pode ter isso, não pode ter aquele emprego” e assim por diante. Eu amo o personagem desta música dizendo: Eu estou cansado de não ter nada. Eu adoro esta atitude meio marginal. É o que somos e eu quero que minhas crianças tenham isso. Quero que as pessoas pensem, que se dane aqueles que ficam falando o que eu não posso ter. Se eu pudesse deixar uma mensagem sem soar muito profundo, seria deste modo”. 
O álbum ainda traz Lie to Me, My Guitar Lies Bleeding in My Arms, (It’s Hard) Letting You Go, Something to Believe In, If That’s What It Takes e  a dramática  porém não menos bonita, Bitter Wine.
Eu aconselho quem não conheça este cd a escutá-lo inteiro e mais de uma vez. Mais do que recomendado!

Postado integralmente no blog Cadê Meu Whiskey?

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