Orange Goblin, a banda mais pesada dos anos 90.

Por João C. Martins

Há algum tempo que não escrevo na minha caverna, e não me sinto nada orgulhoso por isso. Não sei qual era a freqência de visitas a ela, ou se gostavam do que liam, mas sei que tinha um pó lascado aqui hoje quando entrei. Enquanto fazia a limpeza, colocava os discos no lugar e ouvia um som, encontrei algo, lá de 2012, digo com essa expressão, pois só de pensar que por ano a galera lança uma caralhada de álbuns, um disco do ano antes citado tem muitos já a sua frente.

A galera de quem vamos falar, estão na ativa desde meados dos anos 90, e são ícones incontestáveis do Stoner Metal. São influência para qualquer um que curta o gênero e até mesmo para aqueles que não curtem o estilo, a potência imposta pelos rapazes se faz digna de dizer: Êta porra!

Para quem ainda não conhece, com certeza, será uma grande experiência. ORANGE GOBLIN é a banda da vez!

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Sei que poderia ter escolhido falar do último disco lançado pelos ingleses, que é inclusive de 2014, entretanto, vai que você acaba não gostando do negócio? Então achei melhor falar do anterior a ele, para servir como pano de fundo, já que ele tem uma capa muito bonita e, certamente, não foge à característica dos rapazes. Mas o principal motivo, vou confessar, é que ainda não ouvi mais de 30 vezes o Back From The Abyss (2014), disco novo, então não quero me precipitar falando besteiras.

O lineup da banda, atualmente, está assim. Começando da esquerda para direita: Joe Hoare (Guitarra e – em algumas canções – teclado), Christopher Turner – atrás - (Bateria), Ben Ward (Vocal) e Martyn Millard (Baixo).

O disco que lhe apresentarei é conhecido por, A Eulogy For The Damned (2012).

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Se tivesse sido lançado esse ano, sem sombra de dúvidas, estaria no meu top fucking list.

Uma coisa que admiro muito em bandas, de uma forma geral, e que por coincidência acontece com o Orange Goblin, é o fato de nunca terem mudado a sua formação. Quando eu digo nunca mudaram, não quer dizer que não tenha havido outra, espere aí, estou me referindo aos fiéis que lá estão desde o começo, e tem gana de continuar criando até os dias atuais.

Para falar do disco tema do nosso papo, o A Eulogy For The Damned, nada melhor que iniciar pela primeira faixa, que facilmente poderia ser um hino de guerra, de tão pesada que é. Ela inicia com um riff sujo, esmerilhando a guitarra, lembrando bandas de Crossover, e logo cadencia a parada, com o bom e velho estilo Stoner. Além da bateria incansável tomando conta de tudo lá atrás, o baixo representa muito acompanhando e dando, ainda mais, peso à guitarra durante toda a canção. Acompanhe o clipe oficial dessa faixa.

 

Na sequência, temos a Stand For Something, que retoma aos clássicos do Rock n’ Roll, ou se preferir primórdios do Heavy Metal setentista, quiçá ao Hard Rock. Os riffs Motörheadianos, principalmente o da intro, dão uma cara de música feita por gente antiga. Ah! Não posso dizer que trata-se de uma balada, mas o refrão cantado com um lirismo um pouco maior, dando tom épico à musicalidade, além de soar como um som – entenda o sentido da próxima palavra – agradável aos ouvidos, destoando um pouco da paulêra que os caras fazem no decorrer do compacto. Veja se concorda comigo.

 

Outra faixa que merece grande destaque nesse disco, é Save Me From Myself, uma típica música de deserto. Embora seja chato ficar dizendo que uma música se parece com isso ou aquilo, que lembra um riff não sei da onde, ou a charlatanice que preferir, acho que aqui, ou numa discussão qualquer, cabem essas ponderações, afinal isso aponta que os clássicos ganharam esse nome não sem motivo. A introdução dessa música, apesar de breve, lembra em muitos aspectos Mistreated do Deep Purple, conhecida também na voz de Ronnie James Dio, enquanto fazia parte do Rainbow. Claro que é uma percepção minha, quem sabe eu esteja condicionado a pensar isso por gostar muito do disco Burn, contudo a audição dela se torna obrigatória agora que falei até não poder mais. Dá o play!

 

Antes de encerrar nosso papo, gostaria de falar um pouco sobre Ben Ward, vocalista da banda. Seu guturalismo é invejável, além de sua voz ser muito peculiar. É muito comum vermos bandas fazendo Heavy Metal e tendo um frontman de voz forte e rasgada, porém Ward possui, além de tudo, técnica, em mesclar os berros com a entoação adequada. Irrefutavelmente, o cara faz parte de um seleto grupo de vocalistas como, Phil Anselmo, Lemmy Kilmister, John Garcia e outros mais.

Como não há o disco completo no Youtube, vou ficar devendo isso a você, mas se isso te consola, a canção Acid Trial, desse álbum também, tem um clipe oficial e que você poderá conferir logo abaixo.

 

Observação:

  • A banda contou com dois guitarristas até seu quarto disco de estúdio, chamado Coup de Grace (2002), disco esse que conta com a ilustre presença de John Garcia em duas faixas.

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