Deep Purple e os 40 anos de Burn



Nesta última semana, mais precisamente no dia 15, Burn, o oitavo álbum  do Deep Purple completou 40 anos. Considerado um dos trabalhos mais importantes da banda, o disco vendeu mais de 100 mil cópias no Reino Unido e 500 mil nos EUA, o que foi uma boa notícia para o grupo, que amargava o fracasso das vendas de seu antecessor, Who Do We Think We Are, de 1973. Aliás, 1973 foi um ano movimentado pro Purple. Em decorrência de algumas desavenças com o guitarrista Ritchie Blackmore, o então vocalista Ian Gillan e o baixista Roger Glover deixaram a banda, “arruinando” para muitos fãs o que seria a formação clássica do grupo. Mas uma nova e promitente fase estava por vir.

Os caras logo recrutaram Glenn Hughes, baixista da banda Trapeze, bastante respeitado por suas influências advindas da soul music e um talento ainda desconhecido, descoberto através de uma fita demo: David Coverdale. Pronto, o Deep Purple agora contava com um novo baixista e um vocalista promissor em seu novo line- up e já estava preparada para trabalhar em seu novo álbum.

Em novembro de 1973 Burn é gravado nos estúdios Rolling Stones Mobile Studio em Montreux, na Suíça, sendo lançado três meses depois e mostrando as diferenças significativas que os novos integrantes introduziram à banda.

Do primeiro som do disco, a faixa-título Burn, não é preciso dizer muito, apenas que se trata de um dos maiores clássicos de todos os tempos, que traz a combinação perfeita de belos riffs, solos perfeitos e as viradas demoníacas de Ian Paice. Isso sem deixar de mencionar, é claro, os vocais poderosos de Hughes e Coverdale, duas das mais belas vozes da música.

Reprodução: Poeira Zine

Might Just Take Your Life destaca sem muitas firulas, toda a técnica e precisão de Jon Lord em seu indefectível teclado, enquanto que  em Lay Down, Stay Down é a vez de Ian Paice dizer quem é que manda na bagaça, arregaçando - como sempre - na batera.

O disco também conta com Sail Away, canção deliciosa que traz uma dobradinha baixo/guitarra cheia de swing e You Fool No One, que é uma verdadeira aula de sincronia e técnica entre os músicos.

Indo para o lado mais blues do álbum, chega What's Goin' On Here, com forte presença de guitarra e teclado e Mistreated que traz como destaque a interpretação única de Coverdale e os belos solos de Blackmore. Uma das mais belas faixas do álbum, que fecha com a instrumental A200 que nos transporta para outra dimensão através da viajada que Jon Lord dá em seu teclado, muito bem acompanhado aliás, de Ritchie Blackmore e seus riffs melódicos.

Burn é um álbum que deve ser celebrado sempre, pois se trata de um verdadeiro tesouro do rock, que mostra que a junção de elementos da boa música sempre trazem resultados de qualidade e enriquecem ainda mais o que já era bom. É um disco bastante democrático em que todos os músicos têm o seu momento de brilhar e que  a cada faixa surpreende, nunca caindo na mesmice. E que venham mais 40 anos de Burn! (Por Rose Gomes)




Burn (1974)

1.Burn – 6:00

2.Might Just Take Your Life – 4:36

3.Lay Down, Stay Down – 4:15

4.Sail Way – 5:48

5.You Fool No One – 4:47

6.What’s Going On Here – 4:55

7.Mistreated – 7:25

8.“A” 200 – 3:51



Deep Purple

Ritchie Blackmore – Guitarra

David Coverdale - Vocais

Glenn Hughes – Vocais/Baixo

Jon Lord – Teclados

Ian Paice – Bateria





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