Rinoceronte em "O Instinto de Chemako, aquele que não se lembra".

Para celebrar uma compra efetuada semana passada, a Caverna de John reapresentará a banda de destaque em sua primeira postagem, embora se tenha falado de muitas, a que debutou, de fato, esse encontrou virtual de todas, ou quase, quintas-feiras é a tema de hoje. Já possui três gravações na bagagem, sendo que o último desses foi lançado nesse ano (2013), como CD e vinil verde, 12", sensacional fiz questão de adquirir o meu. Fez parte da minha lista de melhores do ano, tendo ficado em segundo lugar. Acho que já dei pistas demais, não? Então é isso, se apostou suas moedas em RINOCERONTE, saiba que apostou certo, minha joia!

  
Ficou claro, pelas dicas acima, que o álbum a ser falado será O Instinto, repetindo, foi segundo lugar na minha lista de melhores de 2013 (caso tenha perdido a publicação clique aqui para verificar), e evidentemente passando com excelência pela maldição do segundo disco. Então para que possamos nos tornar íntimos da banda, aqui vai a escalação: Paulo Noronha (Guitarra e Vocal), Luiz Henrique (Bateria) e Vinicius Brum (Baixo e Vocal) - conforme foto acima.

 
O power-trio de Santa Maria, Rio Grande do Sul, desde 2007 está na ativa, porém somente agora que começaram a ter uma maior visibilidade. São literalmente uma BANDA DE ROCK! Riffs pesados, solos na medida, uma linha de baixo bem gorda, bateria equilibrada, que ora larga mão, ora cadência o jogo. O assunto de hoje contém nove canções, e todas elas na maior característica deles, que é propagar mensagens positivas. É impressionante como são capazes de criar músicas das quais sempre falam de coisas boas, ou motivos para que não desista daquilo que quer, de fato, além de boa técnica instrumental, ótima técnica para elaborar seus enredos. A que abre esse compilado é a primorosa Chemako


Quando digo primorosa, quero dizer na verdade GENIAL! Chemako, aquele que não se lembra. Com uma introdução absurdamente linda, começa com a frase, "Tanta coisa, que eu nem me lembro..." Salientando as peripécias de nosso herói (vide observações). Tiro meu chapéu quantas vezes forem necessárias. Ela merece um clipe.

A que a sucede chama-se Dose de algo mais, que conversa inteiramente com sua antecessora, pois tem como refrão menções a questão de todos estarem soltos a procura de algo, assim como Chemako, que tinha sua vida, mas que de repente acabou encontrando outra vida em um de seus capítulos.


Atenção: Essa não é a versão desse disco. Infelizmente não encontrei, embora seja a mesma canção, o ritmo hoje é outro, pode se dizer que hoje está mais sofisticado.

Por mais que eu não tenha certeza de nada, sou capaz de afirmar que esse é um álbum conceitual, apesar dele não ter aquela coisa de faixa emendar com outra faixa, todas elas  soam como se estivessem contando a história de Chemako, e Quanto mais vive não se faz diferente, nesse episódio ele parece estar entusiasmado com essa proposta de novo mundo que está vivendo, pois quanto mais vive mais se surpreende.


A quarta já inicia num ritmo mais acelerado, um riff arrepiante, da a entender que dessa vez o personagem se redescobriu. "Já sei onde quero chegar, só quero ir sem parar..." é a frase mais marcante, no meu ponto de vista, da canção. Acompanhe Dizem por aí.

 

Com direito a vídeo clipe de divulgação, em quinto lugar temos O Instinto. Interliga-se com todas as outras, é uma conversa introspectiva, que exemplifica muitos dos motivos, não apenas dessa personagem, mas de todas as pessoas, pois entoada com grande maestria, a frase "[...]Antes do foco da visão o instinto é que me guia, para onde ir..." é o que rege nossas vidas. Clique aqui para ver o vídeo oficial da banda.

Sem dúvidas um belíssimo filme. As cabeças de Rinoceronte passeando, contribuem para um clima meio que, enigmático.

 

Logo em seguida se tem As cores, que conta com uma intro muito similar à faixa Regras do jogo do álbum Nasceu (2010), mas que freia a similaridade aí, tendo para frente uma sonoridade completamente diferente, conta ao término de estrofe com um estilão bem grooveado, sem deixar o peso de lado evidentemente. Claro que ela tem grande envolvimento com a história que vem sendo narrada no decorrer da obra, nessa parece que Chemako anda um pouco confuso com o que está acontecendo. Se liga!


Faltando agora poucos episódios para o fim dessa minissérie, após As cores temos O Futurista, que é a minha parte favorita desse play, eu a encaro como um grande motivador para a vida! Isso mesmo para a vida. Garanto a você, que se ouvi-la em um dia estiver passando por uma onda de horror, com certeza as coisas irão melhorar. Se não acredita ouça-a agora e deixe salvo essa página nos seus favoritos para o dia em que isso acontecer, e tire a prova dos nove.


A penúltima fica a cargo da também bela No amanhã, que conta com um riff de guitarra muito bem trabalhado e um estilo vocal bem peculiar, cantado de forma mais acelerada, sem falar na cozinha dessa banda que não deixou a desejar em nenhuma canção.




E encerrando com chave de ouro, Qualquer lugar sela o desfecho desse trabalho, e encerra também a aventura desse forasteiro.
Diga o que quiser, mas esse é, irrefutavelmente, um álbum conceitual, e no melhor estilo Dark Side of the Moon. Sou capaz de dizer isso, afinal quem já o soltou na vitrola a partir dos rugidos do leão saberá o que estou dizendo. 



Observações:

- Mencionado o fato desse ser o segundo registro fonográfico da banda, contudo se saiba que antes se teve o EP nomeado Rinoceronte (2009) e também o single, Qualquer lugar. Nesse primeiro trampo de fato, continha quatro faixas que viriam a ser lançadas no seu primeiro full lenght, Nasceu;



- Todo o papo de hoje foi envolto a história de um personagem, mas que personagem? Aqui está:


O lendário quadrinho de Ken Parker, uma espécie de Daniel Boone, só que mais psicodélico. E antes que você se pergunte: "Mas que diabo significa Chemako?" é assim, nosso aventureiro, no episódio anterior, "Homicídio em Washington", levou um tiro na cabeça, e aparentemente estava morto, contudo no desenrolar da história, jovens da tribo Hunkpapas, estão prestes a ser atacados por um urso feroz, e eis que surge Parker, com um troco na mão para lutar até a morte contra o animal selvagem. Tendo salvo os nativos, depois de muita conversa, passa a ser chamado pelo chefe da tribo por, Chemako, que significa Aquele que não se lembra.
(Fonte da imagem: http://www.texbr.com/kenparker/brasil/tendencia/kp05tend.htm);




 






- A divulgação do disco vale a pena ser ressaltada, pois é de extrema camaradagem aquilo que fazem. Além de colocarem a venda, tanto o CD quanto o LP em seu site oficial, há também a possibilidade de fazer o download gratuito, dessa forma aproximando ainda mais o público deles. Excelente método de divulgação (Caso tenha interesse clique aqui para ser direcionado ao site).

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