Mark Knopfler: das arenas com o Dire Straits à intimista carreira solo, Pt. 2

Carlos H. Silva

Veja a parte 1 clicando AQUI

Com o encerramento silencioso do Dire Straits em 1995, Mark concentrou-se em sua carreira solo, onde desde aquela época privilegia não só uma musicalidade menos radiofônica e mais intimista, como não toca mais em grandes arenas, fazendo seus espetáculos em casas fechadas – mas sem nunca renegar os clássicos do Dire Straits.

Do antigo grupo, apenas Guy Fletcher continuou fazendo parte da banda de Mark no lançamento de Golden Heart (1996), um álbum ainda com resquícios de Dire Straits, como na bonita balada-rock Darling Pretty, na rocker Immelda e na faixa Cannibals, que é quase um spin-off da clássica Walk of Life.

Da turnê deste trabalho foi registrado o vídeo A Night in London, disponível na íntegra no Youtube.


Em 2000 foi a vez de Sailing to Philadelphia, último álbum com um quê de Dire Straits que o Mark lançou. What It Is foi o grande single em um disco que ainda tem a linda Silvertown Blues e a encantadora Sailing to Philadelphia. Foi com o sucesso deste disco que Mark visitou pela primeira vez a América do sul, algo que não havia acontecido nem no auge do Dire Straits. O músico passou até pelo programa do Jô onde tocou What It Is:


Knopfler continuou lançando discos regularmente:  The Ragpicker’s Dream (2002) veio em uma pegada mais acústica, Shangri-La (2004) cheio de belas melodias vocais e solos de guitarra, Kill to Get Crimson (2007) soa como uma homenagem aos seus heróis do passado, como Hank Marvin, Get Lucky (2009) com o fortalecimento das influências escocesas e Privateering (2012), que é completamente um álbum de blues. O distanciamento da sonoridade do Dire Straits é evidente, restando apenas o timbre e pegada única que faz Mark ser reconhecido em qualquer música que toque.


O cara, hoje já com 64 anos, segue fazendo suas turnês em clubes e casas de shows, sem dar a mínima pista de que o Dire Straits um dia voltará.

Há alguns anos atrás, o baixista John Illsley, em entrevista à BBC, demonstrou uma vontade enorme de reunir os Straits: “sinto que temos mais uma turnê e um disco para fazer na nossa história, apenas sinto isso”, afirmou ainda que conversa com Mark sobre isso às vezes e que Knopfler realmente não quer fazê-lo.  No Hay Literate Festival em 2007, Knopfler disse que “o Dire Straits ficou muito grande” e “se alguém tiver algo bom sobre a fama, eu estou muito interessado em ouvir”.



Já em entrevista ao site do Telegraph em 2012, Mark disse:  “eu colocoquei os Straits de lado para voltar à realidade. É auto-proteção, sobrevivência. Aquela nível em que as coisas estavam era desumano. A única coisa boa era conversar com os motoristas dos ônibus de turnê, eles eram independentes, mente aberta. Aí eu me recordo de na última turnê ir até o estacionamento dos caminhões e não reconhecer os motoristas, ali eu vi que as coisas estavam diferentes”.

--->>> Trilhas Sonoras

Desde o início dos anos 80, Mark também compôs muitas trilhas sonoras: Local Hero (1983), Cal (1984), Comfort and Joy (1984), The Princess Bride (1987), Last Exito to Brooklyn (1989), Wag the Dog (1998), Metroland (1999) e A Shot at Glory (2002), onde algumas canções tomaram proporções importantes na carreira do Dire Straits e na jornada solo do guitarrista, como por exemplo Going Home e Wild Theme, que são frequentemente usadas como encerramento de seus shows.



--->>> Álbuns em parceria

Em 1990, Mark formou um quarteto voltado à música country americana, o The Notting HillBillies, com o parceiro de Dire Straits Guy Fletcher, e os guitarristas Brendan Cooker e Steve Phillips:


Em 1990 também, lançou o disco Neck and Neck em parceria com Chet Atkins:


E em 2006 foi a vez de All the Roadrunning, em parceria com Emmylou Harris:



O trabalho de Mark Knopfler como produtor também é importante, e destaco o trabalho de Bob Dylan, Infidels, de 1983, onde além de produzir também tocou guitarra. A amizade dos dois dura desde aquela época e vez ou outra ainda tocam juntos. Veja abaixo Mark em parceira com Bob Dylan e com outros grandes músicos da sua geração:


Comentários