Depois de muitas idas e vindas - que culminaram na criação da banda Rainbow e no fim do Deep Purple entre 1976 e 1984, em 1993 Ritchie Blackmore estava no Deep Purple com a formação clássica junto de Ian Paice (bateria), Roger Glover (baixo), Jon Lord (teclados) e Ian Gillan (vocal), este último retornando à banda após o fracasso comercial do álbum Slaves & Masters, com Joe Lynn Turner no vocal do Purple.
Os ânimos entre o vocalista e o guitarrista nunca foram dos melhores, e o ápice foi na turnê do disco The Battle Rages On, lançado naquele mesmo ano de 1993.
O famoso VHS/DVD Come Hell or High Water registra bem o momento interno da banda, com declarações dos músicos sobre o comportamento de Blackmore entre uma canção e outra, ou na atitude do músico no palco, como em Highway Star, onde entrou depois de todos e ainda tacou um copo d'água no pobre rapaz da câmera que o filmava. Eram visíveis os gestos irônicos de Gillan para o guitarrista durante todo o show:
Blackmore sempre foi um gênio, e como tal tem suas manias e frescuras: desde a roupa que veste até os lugares onde mora (castelos, temas medievais, botas, etc), os trejeitos que faz ao tocar (as caras e bocas do guitarrista tocando ao vivo são impagáveis) e os "tiques" com o braço são coisas próprias, bem como seu humor inconstante e sua postura sempre sisuda (tudo isso podemos notar nos pouco mais de 5 minutos do vídeo acima). Há quem relate que em turnê nos "bons tempos", Blackmore era um baita de um fanfarrão, como Lemmy (Motörhead) contando que em certa turnê, Blackmore sedou seu tour manager e o mesmo acordou pelado dentro de um carro trancado sem as chaves e no meio do gelo.
A difícil convivência com o guitarrista aterrorizou Ian Gillan durante anos, já que claramente o vocalista muda até o humor quando Ritchie é mencionado; a banda seguiu seu rumo com Steve Morse na guitarra, Blackmore remontou o Rainbow por pouco tempo e depois seguiu junto à sua esposa no projeto Blackmore's Night.
A história de Blackmore no Deep Purple se encerrou em 17 de novembro de 1993, em Helsinki, e você pode ver um trecho aqui:
Recentemente, em entrevista a um programa de rádio, Gillan voltou a falar sobre Ritchie Blackmore, após a morte de Jon Lord, se sentia vontade de falar com Ritchie pelo fato de não saber se ambos estarão vivos em um futuro próximo:
"Se você quer falar sobre Ritchie, acho que temos que falar sobre - não há muitas pessoas fazendo isso hoje em dia. Mas a verdade é que, de um ponto de vista histórico, a banda estava morrendo. Se Ritchie tivesse ficado, teria sido o fim do Deep Purple. Os shows estavam ficando mais curtos, o público estava ficando menor. Estávamos tocando em casas pequenas que nem estavam lotadas - estavam com metade do público esperado - e Ritchie abandonava o palco toda noite. Então, quando ele saiu há 20 anos atrás acabou a chuva e o sol saiu, e Jon Lord começou a seguir sua vida normalmente, sua personalidade renasceu. Assim como Roger Glover e Ian Paice, eles se tornaram pessoas originais, ao invés de ficarem com medo de deixar Ritchie nervoso. Então a situação se resolveu e nós todos ficamos felizes. E, hoje em dia, é claro, a distância do tempo é tão boa que só nos lembramos dos bons tempos. E nos lembramos de Ritchie como um músico fantástico, um grande performer, um grande compositor e eu me lembro dele como meu colega de quarto, eu costumava dividir os quartos com ele. Mas algo aconteceu com Richie e isso é o ponto final da história. Então nos lembramos do passado como era. Tinha um contato com Jon, jantávamos juntos, trocavamos e-mails, mas no que concerne a Ritchie, não, não tenho vontade de jantar com ele, nem de ligar para ele. Espero que ele esteja bem e feliz. E isso é tudo".
Gênios são assim. Eles tem o direito de ser o que eles quiserem ser. Ritchie vive em seu próprio mundo e definitivamente é um gênio.
Set list do show do Deep Purple em Jäähalli, Helsinki, Finland, 17/11/1993, último show com Ritchie Blackmore:
Os ânimos entre o vocalista e o guitarrista nunca foram dos melhores, e o ápice foi na turnê do disco The Battle Rages On, lançado naquele mesmo ano de 1993.
O famoso VHS/DVD Come Hell or High Water registra bem o momento interno da banda, com declarações dos músicos sobre o comportamento de Blackmore entre uma canção e outra, ou na atitude do músico no palco, como em Highway Star, onde entrou depois de todos e ainda tacou um copo d'água no pobre rapaz da câmera que o filmava. Eram visíveis os gestos irônicos de Gillan para o guitarrista durante todo o show:
Blackmore sempre foi um gênio, e como tal tem suas manias e frescuras: desde a roupa que veste até os lugares onde mora (castelos, temas medievais, botas, etc), os trejeitos que faz ao tocar (as caras e bocas do guitarrista tocando ao vivo são impagáveis) e os "tiques" com o braço são coisas próprias, bem como seu humor inconstante e sua postura sempre sisuda (tudo isso podemos notar nos pouco mais de 5 minutos do vídeo acima). Há quem relate que em turnê nos "bons tempos", Blackmore era um baita de um fanfarrão, como Lemmy (Motörhead) contando que em certa turnê, Blackmore sedou seu tour manager e o mesmo acordou pelado dentro de um carro trancado sem as chaves e no meio do gelo.
A difícil convivência com o guitarrista aterrorizou Ian Gillan durante anos, já que claramente o vocalista muda até o humor quando Ritchie é mencionado; a banda seguiu seu rumo com Steve Morse na guitarra, Blackmore remontou o Rainbow por pouco tempo e depois seguiu junto à sua esposa no projeto Blackmore's Night.
A história de Blackmore no Deep Purple se encerrou em 17 de novembro de 1993, em Helsinki, e você pode ver um trecho aqui:
Recentemente, em entrevista a um programa de rádio, Gillan voltou a falar sobre Ritchie Blackmore, após a morte de Jon Lord, se sentia vontade de falar com Ritchie pelo fato de não saber se ambos estarão vivos em um futuro próximo:
"Se você quer falar sobre Ritchie, acho que temos que falar sobre - não há muitas pessoas fazendo isso hoje em dia. Mas a verdade é que, de um ponto de vista histórico, a banda estava morrendo. Se Ritchie tivesse ficado, teria sido o fim do Deep Purple. Os shows estavam ficando mais curtos, o público estava ficando menor. Estávamos tocando em casas pequenas que nem estavam lotadas - estavam com metade do público esperado - e Ritchie abandonava o palco toda noite. Então, quando ele saiu há 20 anos atrás acabou a chuva e o sol saiu, e Jon Lord começou a seguir sua vida normalmente, sua personalidade renasceu. Assim como Roger Glover e Ian Paice, eles se tornaram pessoas originais, ao invés de ficarem com medo de deixar Ritchie nervoso. Então a situação se resolveu e nós todos ficamos felizes. E, hoje em dia, é claro, a distância do tempo é tão boa que só nos lembramos dos bons tempos. E nos lembramos de Ritchie como um músico fantástico, um grande performer, um grande compositor e eu me lembro dele como meu colega de quarto, eu costumava dividir os quartos com ele. Mas algo aconteceu com Richie e isso é o ponto final da história. Então nos lembramos do passado como era. Tinha um contato com Jon, jantávamos juntos, trocavamos e-mails, mas no que concerne a Ritchie, não, não tenho vontade de jantar com ele, nem de ligar para ele. Espero que ele esteja bem e feliz. E isso é tudo".
Gênios são assim. Eles tem o direito de ser o que eles quiserem ser. Ritchie vive em seu próprio mundo e definitivamente é um gênio.
Set list do show do Deep Purple em Jäähalli, Helsinki, Finland, 17/11/1993, último show com Ritchie Blackmore:
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(Rainbow cover)
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(The Rolling Stones cover)
- Encore:
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(Billy Joe Royal cover)
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