Soulfly: "Savages" tropeça na sequência de grandes discos do Soulfly

Carlos H. Silva

O Soulfly, desde o início, sempre teve por característica marcante as diferenças de gêneros e estilos encontrados em um único disco lançado pela banda. De passagens do metal extremo a sons modernos do novo metal americano, de sons típicos de instrumentos brasileiros a riffs old school que levam os fãs ao delírio. Tudo isso sempre andou junto em qualquer trabalho dos caras.

Desta vez a banda deu uma pisada de bola. Nada grave. Mas depois do crescendo em que a banda se encontrava - os últimos álbuns, Conquer (2008), Omen (2010) e Enslaved (2012), foram sensacionais! -, deu a impressão que Savages (produzido por Terry Date) foi um lançamento um pouco apressado e não muito amadurecido. A maioria das canções soam iguais - depois da abertura com Bloodshed , que é ótima, as demais canções parecem todas filhas da supracitada, mas não é tão difícil encontrar algumas pérolas ali no meio, como é o caso de Cannibal Holocaust , de longe a melhor do álbum. Marc Rizzo, que desde que entrou para a banda tornou-se o destaque instrumental da mesma com solos e riffs ótimos, além das influências de flamenco, se destaca com sua pegada quase death metal em meio a grooves e solos bem construídos, como em K.C.S. (que tem participação de Mitch Harris, do Napalm Death).
Outro que dá as caras aqui é Neil Fallon, do Clutch, que participa na cadenciada e moderna Ayatollah of Rock 'n' Rolla. Outra boa faixa é Master of Savagery , onde Zyon Cavalera (filho de Max) mostra que é um bom baterista e que tem um ritmo forte; aliás, o garoto gravou todas as faixas do disco e cada vez mais o Soulfly vai se tornando um mini-Cavalera Conspiracy, uma banda mais "família". O baixista Tony Campos completa o time e depois da ótima experiência cantando em Plata O'Plomo no álbum anterior, Max fez "duelo" com o barbudo novamente na ótima El Comegente
Em resumo, não está o mesmo patamar dos últimos discos, mas não é de todo ruim. Embora a maioria das canções soem parecidas, com muitas linhas vocais parecidas e muitos grooves parecidos - e em geral um disco muito lento, Savages é um lançamento que mantem o bom padrão da discografia que o Soulfly tem desde o início, mas deu um passo para trás na sequência de discos destruidores que a banda vinha lançando.
Nota: 6.0

  1. Bloodshed
  2. Cannibal Holocaust
  3. Fallen
  4. Ayatollah of Rock 'n' Rolla
  5. Master of Savagery
  6. Spiral
  7. This is Violence
  8. K.C.S.
  9. El Comegente
  10. Soulfliktion

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