HERMANO: O excelente Stoner Metal que nunca vai morrer.

OLHA! Decidi que hoje vou falar de uma banda que todos brasileiros cults gostam. Ela não é muito conhecida, é formada por uns marmanjos maneiros e tem a palavra irmão em espanhol no nome... Ah! Ficou fácil né? Isso aí meu amor a banda de agora será nada mais nada menos que o STONER VIOLENTISSÍMO de HERMANO!


Para quem pensou que seria outra coisa, para quem se assustou, para quem criou falsas expectativas um grande RÁ RÁ RÁ... rá. Hermano, para quem ainda não conhece, é muito mais um projeto do que própriamente dito uma banda verdadeiramente consolidada, pois não lançou muito além de três álbuns, contudo vive até os dias atuais e é uma pérola do mundo do Stoner, portanto sem dúvida precisa ser conhecida por todos aqueles que curtem esse estilo musical, por essa razão e por uma outra que incontestávelmente terá o seu aval: O vocalista dessa banda é ninguém mais que o nosso ilustríssimo John Garcia! Isso mesmo caro amigo, é um pedacinho de Kyuss vivendo ainda em nossos corações de pedra.



Kyuss tornou-se a maior banda na história do Stoner não apenas pelas excelentes canções, ou pelas atitudes em cima dos palcos, muito menos pelo simples fato de ter Josh Homme na guitarra, mas sim porque eles, assim como no nome que usam hoje (Kyuss Lives), viviam e ainda vivem o STONER. Assim que a banda teve sua primeira grande separação, cada um tomou seu rumo formando outra banda no gênero ou seja, no mínimo nos deram pelo menos mais quatro bandas e isso ajudou muito a difundir o som, e o melhor de tudo: surgiram mais um monte de bandas querendo ser iguais a eles. Entretanto, antes que eu me perca falando de outros assuntos, voltando ao tema da coluna, Hermano continua na ativa, seguindo a foto dos integrantes acima: Chris Leathers (Bateria), Dandy Brown (Baixo) - os dois na parte superior da esquerda para direita -, David Angstrom (Guitarra), John Garcia (Vocal) e  Mike Calahan (Guitarra/Solo)- na mesma sequência.
O álbum abordado será o primeiro da banda, Only a Suggestion (2002). 



Sem dúvida eles tem aquela veia desertística típica do Stoner raiz, que apesar der ter um Inglês como pai, tem um avô nascido na Califórnia sendo assim dado essa característica de deserto pra tudo o que é dessa vertente. A prímeira faixa que rolará aqui será a primeira do disco e que corresponde a minha ideia de que toda primeira faixa tem que ser arregaçadora, ela é The Bottle.


Uma canção indiscutivelmente irrepreensível, porrada do ínicio ao fim. Desde a introdução revivendo Kyuss, da bateria forte, mas tímida que logo se torna acelerada em uma retidão quase singular, mas sem perder a raiva, e sem contar é claro os berros sempre irreverentes de Mr. Garcia. A segunda faixa, parece ter tentado ser o hit do álbum, confira Alone Jeffe.



Pelo ano em que foi lançado o disco eu tenho a sensação de que os caras tiveram um bom tempo para ouvir um velho amigo que estava no auge com um tal de Queens of the Stone Age, pois eu encontro nesse várias conexões com o debut de Josh, Nick e Alfredo e também do mais pesado, seu segundo trabalho Rated R, lançados em 1998 e 2000 consecutivamente. Prova disso é a faixa número #3 Manager's Special.


As próximas duas são praticamente uma só, afinal levam os nomes de Señor Moreno's Introduction e Señor Moreno's Plan. Também tem uma pegada mais grooveada, coisa comum nos trabalhos de John Garcia, embora reforce também um pouco mais aquilo que fora mencionado a respeito de uma certa inspiração nos dois primeiros trabalhos do Queens. O melhor será ouví-las no full álbum, rapidinho chega lá, peraí.
Seguindo com o trampo temos Landetta (Motherload), que é uma de sonoridade mais romântica e se por ventura você fizer isso poderá confirmar, ou negar, que fechando os olhos é a formação original do Kyuss que lhe aparecerá na mente. Se faço isso, automaticamente vejo John Garcia e aquele seu olhar fixo no horizonte as vezes parecendo esquivar de socos em uma luta de boxe; Josh Homme e a sua seriedade de sempre, sem muitas graças em sua guitarra com um solo aqui outro ali, mas com riffs extremamente marcantes; Nick Oliveri ou até mesmo Scott Reeder, já que eles eram parecidos, excêntricos no modo de tocar, empolgados, efusivos; E por fim Brant Bjork que não era, nem é nenhum êximio baterista, mas que casou perfeitamente com a banda e é o criador da canção número 1 na história do gênero, na minha lista é claro, que é Green Machine. É uma parte emocionante desse álbum, vale a pena conferir.




E para finalizar 5 to 5 e Nick's Yea, essa última que bem poderia ser uma homenagem prestada ao velho amigo que já vinha há tempos metido em coisas erradas. Elas não tem nenhum final apoteótico, acabam pura e simplesmente com um ar de esperem o próximo. Enfim, assim se encerra o papo de hoje evidentemente fique agora com o full álbum, é curto (uma pena) então não vai lhe ocupar muito tempo. 

Hermano - Only a Suggestion (2002)

1- The Bottle;
2- Alone Jeff;
3- Manager's Special;
4- Senor Moreno's Introduction;
5- Senor Moreno's Plan;
6- Landetta (Motherload);
7- 5 to 5;
8- Nick's Yea.



Observações:
  • A banda recrutou em algumas faixas dos três discos que têm Aleah X como vocalista auxiliar e o método utilizado, conicidência ou não deixava os Backing vocals extremamente parecidos com os de Nick Oliveri;
  • Apesar de ter citado o nome do baterista Chris Leathers no ínicio, quem participou do Only a Suggestion foi Steve Earl, ex-integrante da banda de participação efetiva apenas nesse compilado;
  • As performances ao vivo da banda são sempre magníficas, fanatismos de lado, não se nota diferença entre é de estúdio e o que é no palco. Instrumentos e vocal numa harmonia perfeita, fique com uma apresentação de Landetta (Motherload) num show, além de tudo com David Angstrom apresentando a banda. Clique aqui e seja direcionado ao vídeo;
  • Se ficou curioso a respeito da canção Green Machine citada acima, confira o vídeo oficial dela aqui.

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