O Rock em 10 belas capas de disco

Por Rose Gomes

Nada como o som fiel de um bom álbum, ainda mais se ele vier acompanhado de uma bela capa. Colorida, psicodélica ou com paisagens calmas de lugares que nem sequer existem. Melhor mesmo é quando a capa transmite exatamente a mesma mensagem do disco, afinal é pela capa que ele realmente começa. Essa semana listei 10 álbuns respeitando o critério de discos que conseguem passar seu  conteúdo  através  da arte de suas capas.
Quero deixar claro que não se trata das mais lindas do mundo. São capas bonitas, e existem milhares de outras que não entraram na lista porque escolhi apenas 10. Os comentários expressam apenas a minha opinião, e é aquela velha e já citada história de sempre: gosto é gosto né?

Asia – ‘Alpha’ (1983) – Assim como toda a capa de disco progressivo, Alpha não poderia ser mais bela. Criada por Roger Dean, conhecido por seu trabalho com o Yes e Uriah Heep, apenas observe a bela arte enquanto escuta as faixas  “The Heat Goes On”, “The Last to Know”, “True Colors” e “Open Your Eyes” e sinta-se transportado ao ambiente calmo retratado em sua capa.


Barão Vermelho – ‘Rock in Rio l’ (1985) – Posso ter viajado legal, mas achei extremamente poética a capa de Marciso Carvalho destacando o casal que aguarda ao show da banda  sob a chuva. Passa uma certa paz e a sensação de dias melhores, (a apresentação do grupo no primeiro dia do festival coincidiu com o fim da ditadura e eleição do presidente Tancredo Neves). 


Echo & The Bunnymen – ‘What Are You Going to Do with Your Life?’ (1999) - Na foto de Kevin Westenburg, o vocalista Ian McCulloch, caminha por uma estrada visivelmente deserta, tendo à sua frente um longo caminho a percorrer, o que dá a sensação de “o que fazer?” que o título do disco e de sua primeira canção sugerem. “São canções dedicadas a qualquer um que tenha coração”, disse McCulloch à época de seu lançamento.

The Doors – ‘Full Circle’ (1972) – Uma das mais bonitas que já vi, ela contrasta perfeitamente com a nova fase da banda sem o vocalista Jim Morrison, morto um ano antes. A banda estava mais focada no rock experimental e progressivo, e a arte da capa, feita pelo ilustrador Joe Garnett, refletiu bem esse momento.



Iron Maiden – ‘Powerslave’ (1984) - Um dos mais importantes álbuns da banda, traz o trabalho do ilustrador Derek Riggs combinando as “pirâmides do Faraó-Deus-Eddie-Horus” com o estilo egípcio da faixa-título, “Powerslave.” A capa ricamente detalhada parece absorver o conteúdo das letras e a fase de amadurecimento do grupo.


King Crimsom – ‘In the Court of the Crimson King’ (1969) – A capa do álbum debut de uma das mais importantes bandas do progressivo é sem dúvida um grande clássico. Feita por Barry Godber – morto um ano depois, de ataque cardíaco – ela transmite toda a proposta que a banda desejou passar através das músicas. “Se você cobrir o rosto sorridente, os olhos revelam uma tristeza incrível. O que se pode acrescentar? Ele reflete a música”, explicou o guitarrista Robert Fripp.

Rainbow – ‘Rising’ (1976) – A capa, feita por Ken Kelly foi inspirada na Mitologia Grega e mostra  a mão do Deus Poseidon segurando o arco-íris, (símbolo da banda, afinal né…), em meio ao mar furioso. Podemos notar a presença  de um homem assistindo à cena, no canto esquerdo da capa, e também as torres de um castelo que remetem às da capa do primeiro álbum da banda, “Ritchie Blackmore’s Rainbow”, de 1975.


Secos & Molhados – ‘Secos & Molhados’ (1973) – Essa sem dúvida é uma das grandes capas nacionais. Imortalizada por Ney Matogrosso & cia na foto de Antônio Carlos Rodrigues, é interpretada por muitos como “o deleite gastronômico servido aos ouvintes”. Premiada e presente em exposições mundo afora, marca a nova fase da música brasileira, executada de maneira mais pesada e mesclada à diversos ritmos.

Yes – ‘Tales from Topographic Oceans’ (1973) – O álbum conceitual traz mais uma vez a arte de Roger Dean que transmite a proposta do disco de se buscar o autoconhecimento como meio de alcançar a plenitude espiritual. Dean utilizou elementos das civilizações maia e nazca, bem como a cultura e o conhecimento deixados por essas civilizações, que podemos conferir na faixa “The Ancient – Giants Under the Sun”

Stratovarius – ‘Visions’ (1997) – Feita por Andreas Marschall a capa do também conceitual Visions define bem em sua arte o tema central do álbum: as profecias de Nostradamus. O que fica evidente através da ilustração das “mãos” do profeta, que tem suas “visões” sobre a humanidade. Esse aliás é um dos mais importantes trabalhos da banda, que abriu as portas para o reconhecimento mundial dos caras como um dos maiores ícones do metal melódico.


Comentários