Iron Monkey: O que pouca gente teve a oportunidade de conhecer.

Quem acompanha este blog sabe que eu as vezes falo de uns outros estilos dos quais fogem do que dita o ritmo dessa coluna e hoje será e não será muito diferente. Falarei de uma das subdivisões do Rock, ou do Heavy Metal, como preferir, que é um dos irmãos que tem o Stoner, chamado esse de Sludge. No meio do Sludge Metal podem ser encontradas diversas bandas das quais jamais chamaríamos por esse nome, quando associada sua sonoridade a outros gêneros que já conhecemos, posso citar aqui algumas que servem para conhecimento, por exemplo: Indian, Ice Dragon, Mastodon, cujo o qual foi tema de nossa conversa na última semana e outras mais.
A banda dessa semana será uma que, infelizmente, já não está mais na ativa, mas que fez um tremendo barulho no seu tempo de brutalidade. Vamos logo então ao que interessa, Iron Monkey é quem dita hoje a nossa mixtape!



A banda teve suas atividades interrompidas devido a morte de Johnny Morrow, vocalista que foi encontrado morto em seu apartamento no dia 22 de junho de 2002, vítima de parada cardíaca, provavelmente ocasionada devido a uma doença renal que havia tido há algum tempo.


Originalmente formada por Justin Greaves (Bateria), Johnny Morrow (vocal), Jim Rushby (guitarra), Steve Watson (guitarra-solo) e Doug Dalziel (Baixo). Os ingleses lançaram seu primeiro álbum, o homônimo Iron Monkey em 1996 e relançado em 1997, do qual fora visto com bons olhos pela crítica especializada, que por sinal não perderia a oportunidade de cobrar um melhor como segundo registro da banda, e sabe o que eles fizeram? Não decepcionaram nem um pouco, lançando o arrebatador, quiçá até mesmo grotesco Our Problem (1998), álbum esse que trataremos de falar aqui e agora.


Treze são as faixas desse disco, porém apenas oito são canções de fato... difícil de entender? Pois é, não me pergunte o porquê mas as entre #8 e #12 levam o nome de Silence e literalmente são um silêncio, não falam nada e todas tem 0:13 segundos, loucura. Entretanto as que são com instrumentos e vocais, definitivamente trucidam qualquer tipo de ouvido que goste de um bom e velho, vulgarmente chamado, Rock Pauleira. Inicia com a nervosíssima Bad Year, sob uma temática de homicídio, fraudes, coação entre outras atrocidades, das quais mais vale ouvir do que ler.


Em seguida temos, a que penso, ter feito mais sucesso, pois já ouvi em alguns filmes, chamada Supagorgonizer, que incontestavelmente tem um riff, com o perdão da palavra, fodidasso e é Rock ‘n’ Roll do início ao fim, com uma pegada meio Zepp e com aquela maneira Sabbathiana também, que diga-se de passagem toda banda malvada adere sem muita cerimonia, os caras mandam ver em altíssimo nível, sente o drama.


Chega a dar medo desse jeitão que só o Morrow tinha. Boss Keloid vem na sequência dando mais uma pedrada nas orelhas e vale, também, muito a pena conferir e ressaltar que apesar de fazerem um som do pântano, eles não eram nenhum pouco amadores, tinham ótimas influências, chegaram a tocar com o Eletric Wizard. Digo isso, pois Rock não se faz de qualquer jeito como alguns pensam. O instrumental da banda era extremamente alinhado e não fazia questão nenhuma de esconder suas referências em bandas de Heavy Metal setentistas. Dá o play aí e confere.


I.R.M.S. é a faixa seguinte, lamento por não saber o que significa realmente a sigla, mas há quem diga que na verdade seria uma menção à A.R.M.S. fazendo crer que havia algo relacionado a guerras e etc., que a propósito não é de se desconsiderar a possibilidade já que os ideais deles eram bem politizados. 



Quando citei lá no início do post que o tema de hoje fugiria do mundo Stoner, disse por uma questão de nomenclaturas apenas, já que fazendo uma comparação, Iron Monkey teria tudo para enquadrar-se nesse mundo, já que manda um som pesadão, sujo, com mais riffs que solos, baixo constantemente alto, a única coisa que irrefutavelmente cria um abismo entre os gêneros fica por conta do vocal, guturalíssimo de Johnny Morrow ao estilo “rasgado”, que por sinal era o que diferenciava a banda. Berros monstruosos, assustadores, terríveis, enquanto a criatura que os eloquia ficava correndo e pulando no palco.

House Anxiety e 2 Golden Rules são as que vêm consecutivamente, que praticamente tem a mesma pegada, porém a primeira citada mais agressiva no início e depois numa marcação meio parecida com os trítonos de Tony Iommi em Black Sabbath, enquanto na posterior a introdução é mais compassada e o restante violentíssimo.
Para encerrar as cantadas temos 9 Joint Spiritual Whip, que assustadoramente igual as anteriores, contudo diferente, pois tem 19 minutos e 58 segundos de duração, sendo grande parte deles de barulhos, é isso mesmo, barulhos. A música, por volta de 04:20 dá uma virada completamente distinta daquilo que estava tocando e atinge seu ápice mais ou menos em uns 05:30 onde arregaça tudo! Permanece até uns 13:30 variando na sonoridade, até que decidem só “barulhar”, abusam de microfonia, ouvem-se vozes ao fundo, perceptivelmente nada é tocado. Quem quiser pode conferir abaixo



Ainda resta a última do disco, a que leva o nome do álbum, Our problem usa uma guitarra, que parece desafinada e bate nela durante uns treze minutos, vez ou outra com acompanhamento da bateria. Não deve significar nada além do encerramento do trabalho dos caras. O que vale a pena prestar atenção é no momento em que uma tosse bem ao estilo Sweet Leaf é solta, aproximadamente aos 09:14. É inegável que os caras criaram uma banda com excelentes influências.


BÔNUS TRACK!
Só para dar uma exemplificada no que disse quanto a performance ao vivo da banda, fiquem agora com Bad Year outra vez, mas obviamente num show, para que assim possam concordar, ou não com aquilo que disse.


E por hoje é só galera, até a próxima! \m/

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